segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A parede


Por ela já passou pôster de banda, foto de família, rabisco de criança.
Nela a alma se refletiu e se escondeu, ela pôde ser lousa e painel, continha planos e ilusões.
O tempo passou, já desbotou, caiu o reboco, foi reformada e mudou de cor.
Agora ela segura violões como um museu de sonhos e de ideologias passadas.

Liberdade à senhora Marijuana


“É proibido fumar diz o aviso que eu li, é proibido fumar, pois o fogo pode pegar. Mas nem adianta o aviso olhar, pois a brasa que eu vou mandar nem bombeiro pode apagar”

Houve um tempo, nem tão distante assim, que a cannabis sativa era só mais uma erva usada de formas diversas por quem bem entendesse, mas ai, um bando de branquelos metidos a besta decidiram que a planta era coisa de “preto” e nóia e em 1932 através do decreto 20.930 de 11 de janeiro, a cannabis entrou para o hall das substâncias proibídas em terras tupiniquins.

Vamos aos fatos: o álcool e o tabaco são muito mais prejudiciais a saúde do que a maconha, mas são vendidos em bares, mercearias, supermercados, boates etc. Cachaça mata, maconha não, então porque raio de motivo ela é ilegal e o porte pode até dar cadeia?

Já está mais do que provado que a proibição, a queimada de plantios, apreensões, não impedem a venda e o uso da maconha.  Não seria uma solução inteligente a liberação da cannabis, a fim de gerar uma comercialização legal com direito a impostos e todo resto? A legalização geraria empregos, criaria uma nova opção de plantio para os agricultores, nasceriam cooperativas, microempresários, movimentaria a economia nacional.

A violência e o tráfico não morreriam, mas perderiam força, já que a maconha é o carro chefe de vendas dos traficantes. O tráfico só da lucro, porque é proibido.

A política de repressão as drogas é fracassada. A ideia vinda do modelo americano de que tirando o maior número possível de drogas das ruas o valor da restante subiria e as vendas diminuiriam, não funciona. É preciso transformar repressão em educação, saúde e emprego. Conscientizar os brasileiros sobre os malefícios da maconha e então liberá-la, muito se resolveria com essa simples mudança de pensamento.

Ainda vale ressaltar, que a maconha também tem seus prós, ela pode ser usada para o tratamento de glaucomas, para as náuseas das quimioterapias de câncer e até mesmo pra AIDS. É necessário desestigmatizar a cannabis e explorar todas as suas possiblidades terapêuticas.

Meu nome é Letícia, tenho 22 anos, sou publicitária, nunca usei maconha e sou completamente a favor desenvolvimento, sou a favor da legalização da marijuana.

Adamcity: o futuro é aqui


“Minha terra tem palmeiras, onde canta sabiá; as aves, que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá.”

Construções a cada esquina, finalmente a tão famigerada FATEC confirmada para a cidade, novos estabelecimentos comerciais, melhorias no trânsito, projetos culturais e sociais, inclusão no circuito de eventos do Estado com a Expo Verde, a volta ao circuito nacional de rodeio com o AIR, um ótimo argumento, ou melhor, um verdadeiro argumento sobre a Cidade Joia, Adamantina está no meio, no centro da região e sim, o futuro da região está aqui.

Adamantina já foi terra do café, agora é terra da cultura, da educação. Tem por força motriz a FAI com os forasteiros que se instalam na cidade e impulsionam o comercio local. Não posso me esquecer das ETECs, do fluxo de estudantes e também docentes que de uma forma ou de outra abastecem os hotéis, lanchonetes e restaurantes da Cidade Joia.

Sim meu caros, preparem-se, o futuro já começou. Adamantina está no olho do furacão e ainda há muito por vir, aguardem.

Estado laico?

(na integra)





“...Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do céu, num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu...”

Uma gaivota sem cor, outra multicor e assim por diante, aves que vivem suas vidas tranquilamente, despretensiosas, respondendo apenas a lei das penas. Quando transam usam camisinha, se esquecem, tomam pílula do dia seguinte, se tudo isso não funciona, abortam. São gaivotas felizes, preocupadas única e exclusivamente com suas próprias vidas, responsáveis por suas decisões. Frequentemente se correspondem com suas primas de outras dimensões, são a favor da utilização de células tronco para o avanço da medicina, não veem mal algum no casamento homossexual e por vezes dão um olá pra senhora Marijuana.

Maluquice? Não. Apenas uma visão do caleidoscópio ultrassônico de um futuro que poderia ser presente, se as criaturas permitissem que o criador fizesse seu trabalho (de julgar), e seus incríveis seres simplesmente se amassem, como foi pedido.

Universitários do país inteiro têm saído as ruas com rostos pintados, gritando frases de efeito, levantando cartazes e bandeiras em busca de um estado laico (óbvio, que não os universitários adamantinenses, afinal ‘conformar-se’ é palavra de ordem), mas de que isso vale, se no preambulo da própria constituição brasileira de 88 diz-se:   "Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL."

Pois é meus caros, até o soberano é metido nos “rolos” brasileiros. Mas há uma explicação. De acordo com a linha de pensamento freudiano, a religião nada mais é que um cabresto para os homens, pois assim o lado animal do humano é contido e a ordem é estabelecida em nome de um supremo, mesmo que não seja visto, só é preciso que acreditem na sua existência. Sem a religião Sodoma e Gomorra seriam  próprio planeta terra, onde não existiria noção de certo e errado, o valido seria “faz o que tu queres, pois é tudo da lei”. Pense, quando criança, quem nunca ouviu: papai do seu não gosta, papai do céu castiga. É, até hoje você não puxa o rabo do gato porque o papai do céu não gosta ou castiga; isto existe dentro de você, está dentro da sua cabecinha. (Quem diz isso é Freud, mas claro com suas palavras rebuscadas e frescurentas. Leia “O Futuro de uma Ilusão de Freud” e entenda mais a fundo essa loucura).

Meus caros, esqueçam. Nunca teremos um estado laico. Observe, nas repartições públicas estão cheias de símbolos religiosos, na nota de R$50,00 está escrito “Deus seja louvado” (logo na nota de 50, Deus não é o cara da pobreza, castidade e obediência?), o aborto, embora seja caso de saúde pública (se existe o livre arbítrio, a mulher tem o direito de decidir se quer ou não largar mais uma criatura jogada por ai, no fim ela se acerta diretamente com o todo poderoso) não é legalizado; as pesquisas com células tronco, a salvação de muitos que com histórias, em dezenas de países é proibida em defesa dos que nem existem ainda; ah, o mais engraçado, podemos olhar estrelas, mas pra certas divisões é errado procurar vida por lá, ah qual é?!, seria muito desperdício se em sete dias de criação o soberano tenha colocado vida apenas na terra.

Sim, meus irmão e minhas irmãs, vós que estais reunidos lendo esse bendito jornal, se esperam por igualdade, esqueçam. Religião não é constituição, mas enquanto valores religiosos estiverem sendo colocados a frente das decisões que dizem respeito ao bem comum, a igualdade e a liberdade, os homens estarão se travestindo de deuses e julgando o começo já pelo fim.





Hipocrisia

Otá­rios de plantão marcam ponto na es­quina.
Di­nheiro no bolso, vela na mão, pra saldar o Cristo que é no­tícia.
O Se­nhor conduz as ove­lhas e o pastor má­gico sa­la­frário, ar­ranca mo­edas da sua orelha.
Jo­e­lhos no chão, vozes ao alto, tudo em sterio.
Ca­beça na mão, a oração, tudo é um mis­tério.
Cu­ran­deiros di­vinos do sonho ana­fi­lá­tico;
Juram po­breza, ino­cência e no­breza, mas tudo faz parte do plano tá­tico.
Deus está na pra­te­leira es­querda do lado da sar­dinha.
Você compra sal­vação, aluga ter­reno no céu,
Mas no fim de se­mana vai pra sauna com a vi­zinha.
Hi­po­crisia de­mente,
Os de­sejos se tornam só­lidos e você ainda mente.

Fênix


“... centelha divina renasceu das cinzas onde foi ruína, pássaro ferido, hoje é paraíso”.

E então começa o processo de ressurgimento de Adamantina...

Ela que por tempos e por muitos fora esquecida, inicia seu processo de renascimento, uma verdadeira fênix do interior paulista. Depois de um rodeio essencialmente “deferente”, a Cidade Jóia volta (ou começa?) a pensar grande. Com uma estrutura super  pensada, investimentos em shows para todos os públicos e a participação massiva de toda a região, a Expo Verde 2011, já no circuito de eventos do Estado, tem tudo para se tornar referência, já que com certeza é sucesso garantido.

Sim meus caros, preparem-se, Adamantina esta ressurgindo. Claro que nas infinitas faces adamantinenses, ainda há muito a ser mudado e repensado, mas em termos de eventos, já estamos muito bem obrigado (rs). A comissão da Expo, os sinceros comprimentos desta marteana.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Em prol da bandeira do arco íris


 “Abra sua mente, gay também é gente...”

Caminhando pelas vias do Facebook durante esse fim de semana, me deparei com uma discussão a respeito de um artigo opinativo sobre a homossexualidade publicado em um tradicional veículo adamantinense. E então encontrei minha deixa para falar sobre...

A homossexualidade existe desde os primórdios no reino animal, acredite, os leões, sabe, o rei da selva? pois então, existem leões que apresentam comportamento bi e homossexuais. Sim, existem mamíferos, aves, insetos e até crustáceos que já foram identificados como, bom, como você costuma dizer? Viadinho? Bichinha? Ou simplesmente homossexual?

E não pense que os cientistas atuais estão malucos, pois até mesmo Aristóteles em seus registos faz menção a hienas lésbicas. Por tanto, se você achava que isso era contra a natureza, lamento informar, mas você esta completamente enganado.

Mas afinal, de que importa? Homo, hetero, não é só mais uma característica, assim como a cor dos olhos, do cabelo ou o tamanho do nariz? Desde quando foi dado poder a todo e qualquer ser humano julgar o outro pelo seu gosto ou atitude que não afeta em nada o próximo? Existem deuses e juízes perambulando entre nós?

Desde quando ser homossexual invalida as inúmeras qualidades de um ser? Observe o mundo, e note que grande parte das musicas, roupas, filmes, livros, teatros, novelas, programas de tv, dentre outros produtos e serviços, são produzidos por “uhn, boialas”. Conhece algum homossexual? Então repare, em geral eles são super talentosos, até um dos melhores naquilo que fazem, talvez pelo fato de terem que se sobressair diante a característica de ser gay, enfim, pense bem, não são realmente bons no que fazem?

Então, por que raio de motivo, ainda existem “animais” que andam por ai agredindo seres homossexuais indefessos com lâmpadas fluorescentes (Av. Paulista – São Paulo), confundindo amigos ou pai e filho e descendo a pancada nos caras, os tachando, os condenando (Av. Augusta – São Paulo e EAPIC- São João da Boa Vista/SP) e ainda, alguns seres aparentemente neonazista ameaçando de morte os pobres “viados” (Parede do ATC – Adamantina/SP)?

Hoje, os homossexuais são nicho de mercado, referência cultural, intelectual, empresarial. Um ser humano comum, tanto quanto qualquer heterossexual. Aos que são contrários ao fato (sim fato, porque ser homossexual não é uma escolha) devem sim expor suas opiniões, mas lembrem-se: o seu direito acaba quando o do outro começa. E respeito é completamente diferente de aliciamento para a causa.

Diga, alguém já apontou o dedo na sua cara lhe dizendo estar errado por simplesmente ser aquilo que se é? Já jogaram pedra em você e lhe chamaram de heterozinho? É preciso congregar, respeitar as diferenças. Diversidade é a uma palavra que nunca cai de moda, no entanto nunca é colocada em prática.

“_Você aprendeu na escola sobre respeitar os índios?
_Sim!
_Virou índio?
_Não...
_Então por que diabos acha que ensinar seu filho a respeitar os homossexuais o fará se tornar um?”

Tempos Modernos?


 “Eu vejo a vida melhor no futuro, eu vejo isso por cima de um muro de hipocrisia que insiste em nos rodear”.

Eu vejo cidades pequenas pacatas, sem demagogia e com pouca pirraça de determinados políticos que tentam ao poder chegar.

Eu vejo cidades pequenas seguras, com crianças brincando nas ruas e os administradores pararam de com a verba pública avacalhar.

Eu quero crer em Cidadantina, que não tem superpopulação, mas mesmo assim é exemplo pra toda região.

Eu vejo que o próximo ano é período eleitoral e isso já me faz passar mal, só de pensar nas promessas que não se cumprirão.

Hoje o tempo escoa, como areia na ampulheta; e isso me faz lembrar da grana pública numa cidade onde constroem e mandam destruir ruas, por confusão ou má gestão.

Tan tan, taran, tantan

Tan tan, taran, tan

Tan tan, taran, tantannnnn…

sábado, 20 de agosto de 2011

Sobre os pequeninos


“Saiba, todo mundo foi neném, Einstein, Freud e Platão também. Hitler, Bush e Saddam Hussein, quem tem grana e quem não tem...”.


Baton, salão de beleza, roupa cara, celular, computador e quem sabe um brinquedinho, mas o do momento. A cada dia que passa, as crianças mais se parecem com um protótipo de gente grande do que com uma criança em si.

A infância mudou de foco e finalidade, a brincadeira é pouca, o que conta para os pequeninos é a competição do ser e ter mais e melhor. Antes as meninas eram mães de suas bonecas, hoje a boneca é a projeção da garotinha. Antes os guris brincavam com carrinhos feitos de madeira, e o importante era a diversão, hoje compram miniaturas de carros importados e deixam estacionados em prateleiras, enquanto passam o dia sentados na frente da TV.


A mídia bombardeia a cabeça das crianças, instigam, provocam desejo por coisas desnecessárias e que não agregam valor a personalidade do pequenino, mas o grande culpado é a TV ou a falta de limite e do NÃO que foi esquecido pelos pais?


Senhoras e senhores atentem-se, seu filho é só mais um consumidor em potencial, uma pecinha a ser manipulada em um nicho de mercado. Criança não precisa de roupa da Xuxa, setenta e sete mil bonecas Barbie, noventa e oito milhões de carrinhos da Hot Wheels, criança precisa pular, correr, cair, brincar. Criança precisa de imaginação.


Parem. Por favor, parem de desumanizar as crianças exigindo perfeição, permitindo que sejam mais um produto, mais uma vitória do mercado. Não é com carros, nem casas, nem jet skis que as crianças precisam sonhar. Lembrem-se do Pequeno Príncipe, permitam que os pequenos enxerquem um elefante dentro de uma jibóia ao invés de um chapéu. Ensinem aos seus filhos que “o essencial é invisível aos olhos” e que “só vê bem quem vê com o coração”, não permitam que inocência se perca.


Seu filho é uma criança, não um protótipo de você.