sábado, 20 de agosto de 2011

Sobre os pequeninos


“Saiba, todo mundo foi neném, Einstein, Freud e Platão também. Hitler, Bush e Saddam Hussein, quem tem grana e quem não tem...”.


Baton, salão de beleza, roupa cara, celular, computador e quem sabe um brinquedinho, mas o do momento. A cada dia que passa, as crianças mais se parecem com um protótipo de gente grande do que com uma criança em si.

A infância mudou de foco e finalidade, a brincadeira é pouca, o que conta para os pequeninos é a competição do ser e ter mais e melhor. Antes as meninas eram mães de suas bonecas, hoje a boneca é a projeção da garotinha. Antes os guris brincavam com carrinhos feitos de madeira, e o importante era a diversão, hoje compram miniaturas de carros importados e deixam estacionados em prateleiras, enquanto passam o dia sentados na frente da TV.


A mídia bombardeia a cabeça das crianças, instigam, provocam desejo por coisas desnecessárias e que não agregam valor a personalidade do pequenino, mas o grande culpado é a TV ou a falta de limite e do NÃO que foi esquecido pelos pais?


Senhoras e senhores atentem-se, seu filho é só mais um consumidor em potencial, uma pecinha a ser manipulada em um nicho de mercado. Criança não precisa de roupa da Xuxa, setenta e sete mil bonecas Barbie, noventa e oito milhões de carrinhos da Hot Wheels, criança precisa pular, correr, cair, brincar. Criança precisa de imaginação.


Parem. Por favor, parem de desumanizar as crianças exigindo perfeição, permitindo que sejam mais um produto, mais uma vitória do mercado. Não é com carros, nem casas, nem jet skis que as crianças precisam sonhar. Lembrem-se do Pequeno Príncipe, permitam que os pequenos enxerquem um elefante dentro de uma jibóia ao invés de um chapéu. Ensinem aos seus filhos que “o essencial é invisível aos olhos” e que “só vê bem quem vê com o coração”, não permitam que inocência se perca.


Seu filho é uma criança, não um protótipo de você.

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