quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Em prol da bandeira do arco íris


 “Abra sua mente, gay também é gente...”

Caminhando pelas vias do Facebook durante esse fim de semana, me deparei com uma discussão a respeito de um artigo opinativo sobre a homossexualidade publicado em um tradicional veículo adamantinense. E então encontrei minha deixa para falar sobre...

A homossexualidade existe desde os primórdios no reino animal, acredite, os leões, sabe, o rei da selva? pois então, existem leões que apresentam comportamento bi e homossexuais. Sim, existem mamíferos, aves, insetos e até crustáceos que já foram identificados como, bom, como você costuma dizer? Viadinho? Bichinha? Ou simplesmente homossexual?

E não pense que os cientistas atuais estão malucos, pois até mesmo Aristóteles em seus registos faz menção a hienas lésbicas. Por tanto, se você achava que isso era contra a natureza, lamento informar, mas você esta completamente enganado.

Mas afinal, de que importa? Homo, hetero, não é só mais uma característica, assim como a cor dos olhos, do cabelo ou o tamanho do nariz? Desde quando foi dado poder a todo e qualquer ser humano julgar o outro pelo seu gosto ou atitude que não afeta em nada o próximo? Existem deuses e juízes perambulando entre nós?

Desde quando ser homossexual invalida as inúmeras qualidades de um ser? Observe o mundo, e note que grande parte das musicas, roupas, filmes, livros, teatros, novelas, programas de tv, dentre outros produtos e serviços, são produzidos por “uhn, boialas”. Conhece algum homossexual? Então repare, em geral eles são super talentosos, até um dos melhores naquilo que fazem, talvez pelo fato de terem que se sobressair diante a característica de ser gay, enfim, pense bem, não são realmente bons no que fazem?

Então, por que raio de motivo, ainda existem “animais” que andam por ai agredindo seres homossexuais indefessos com lâmpadas fluorescentes (Av. Paulista – São Paulo), confundindo amigos ou pai e filho e descendo a pancada nos caras, os tachando, os condenando (Av. Augusta – São Paulo e EAPIC- São João da Boa Vista/SP) e ainda, alguns seres aparentemente neonazista ameaçando de morte os pobres “viados” (Parede do ATC – Adamantina/SP)?

Hoje, os homossexuais são nicho de mercado, referência cultural, intelectual, empresarial. Um ser humano comum, tanto quanto qualquer heterossexual. Aos que são contrários ao fato (sim fato, porque ser homossexual não é uma escolha) devem sim expor suas opiniões, mas lembrem-se: o seu direito acaba quando o do outro começa. E respeito é completamente diferente de aliciamento para a causa.

Diga, alguém já apontou o dedo na sua cara lhe dizendo estar errado por simplesmente ser aquilo que se é? Já jogaram pedra em você e lhe chamaram de heterozinho? É preciso congregar, respeitar as diferenças. Diversidade é a uma palavra que nunca cai de moda, no entanto nunca é colocada em prática.

“_Você aprendeu na escola sobre respeitar os índios?
_Sim!
_Virou índio?
_Não...
_Então por que diabos acha que ensinar seu filho a respeitar os homossexuais o fará se tornar um?”

Tempos Modernos?


 “Eu vejo a vida melhor no futuro, eu vejo isso por cima de um muro de hipocrisia que insiste em nos rodear”.

Eu vejo cidades pequenas pacatas, sem demagogia e com pouca pirraça de determinados políticos que tentam ao poder chegar.

Eu vejo cidades pequenas seguras, com crianças brincando nas ruas e os administradores pararam de com a verba pública avacalhar.

Eu quero crer em Cidadantina, que não tem superpopulação, mas mesmo assim é exemplo pra toda região.

Eu vejo que o próximo ano é período eleitoral e isso já me faz passar mal, só de pensar nas promessas que não se cumprirão.

Hoje o tempo escoa, como areia na ampulheta; e isso me faz lembrar da grana pública numa cidade onde constroem e mandam destruir ruas, por confusão ou má gestão.

Tan tan, taran, tantan

Tan tan, taran, tan

Tan tan, taran, tantannnnn…

sábado, 20 de agosto de 2011

Sobre os pequeninos


“Saiba, todo mundo foi neném, Einstein, Freud e Platão também. Hitler, Bush e Saddam Hussein, quem tem grana e quem não tem...”.


Baton, salão de beleza, roupa cara, celular, computador e quem sabe um brinquedinho, mas o do momento. A cada dia que passa, as crianças mais se parecem com um protótipo de gente grande do que com uma criança em si.

A infância mudou de foco e finalidade, a brincadeira é pouca, o que conta para os pequeninos é a competição do ser e ter mais e melhor. Antes as meninas eram mães de suas bonecas, hoje a boneca é a projeção da garotinha. Antes os guris brincavam com carrinhos feitos de madeira, e o importante era a diversão, hoje compram miniaturas de carros importados e deixam estacionados em prateleiras, enquanto passam o dia sentados na frente da TV.


A mídia bombardeia a cabeça das crianças, instigam, provocam desejo por coisas desnecessárias e que não agregam valor a personalidade do pequenino, mas o grande culpado é a TV ou a falta de limite e do NÃO que foi esquecido pelos pais?


Senhoras e senhores atentem-se, seu filho é só mais um consumidor em potencial, uma pecinha a ser manipulada em um nicho de mercado. Criança não precisa de roupa da Xuxa, setenta e sete mil bonecas Barbie, noventa e oito milhões de carrinhos da Hot Wheels, criança precisa pular, correr, cair, brincar. Criança precisa de imaginação.


Parem. Por favor, parem de desumanizar as crianças exigindo perfeição, permitindo que sejam mais um produto, mais uma vitória do mercado. Não é com carros, nem casas, nem jet skis que as crianças precisam sonhar. Lembrem-se do Pequeno Príncipe, permitam que os pequenos enxerquem um elefante dentro de uma jibóia ao invés de um chapéu. Ensinem aos seus filhos que “o essencial é invisível aos olhos” e que “só vê bem quem vê com o coração”, não permitam que inocência se perca.


Seu filho é uma criança, não um protótipo de você.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Massa...

“É que a televisão me deixou burro, muito burro demais e agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais...”

E então as criaturas acostumaram-se com seus enlatados, estão mortificadas mentalmente pela indústria cultural. Mais um da massa, mais um grão do bolo, mais um nada.

O conformismo e a “arte do sim senhor” estão cada dia mais presentes na vida dos pequenos terráqueos, acostumados a engolir o que lhes é sugerido e a fechar os olhos para o que acontece debaixo de seus narizes.

As cabeças não pensam mais por si só, mas sim por influência de terceiros, ou melhor, grande terceiro. É como se os cérebros fossem apenas mais uma ferramenta nas mãos de um pequeno grupo de vilões, que transformaram o ser pensante em mais um zumbi que consome aquilo que lhe é mostrado e influenciado a comprar.

A arte (se é que se pode chamar de arte) hoje é vendida em prateleiras e não passa de mais uma ferramenta de manipulação, uma brincadeira de seu mestre mandou, onde um manda e todos obedecem. Vamos juntos: “você, você, você, você, você, você, você quer?” E ai, foi até o chão? Se preferir temos outras cantigas que até mudam de velocidade, está interessado?

Curiosamente, a verdadeira arte dos tempos modernos, não passa de uma traquinice. A ideia é quebrar os moldes impostos pela mídia e simplesmente tornar-se um ser travesso. Esse fim de semana tive a oportunidade de ver e ouvir musicistas se divertindo. O som não era necessariamente feito para o público, mas para alma, para o amago e próprio ego.  O tipo de arte que encanta, que impulsiona, que dá vida a compositores mortos e inspira os que hão de vir.

Adamantina, vem na contramão dos moldes, e devo destacar que acho memorável e digno de admiração o trabalho feito pela atual Secretaria de Cultura do Município que tem proporcionado espetáculos de artistas travessos, que sobem no palco e simplesmente se divertem.

Infelizmente, os eventos oferecidos pela referida Secretaria não são prestigiados pelo grande público. Mas pra que, se podem ficar em suas confortáveis casinhas de vidro observando a vida passar dentro daquela caixa preta cheia de imagens? Isso porque há muitos adamantinenses de esquinas e portões reclamando da falta de entretenimento na cidade, mas que tipo de atividade esperam se que são oferecidas são ignoradas?!

“A verdadeira natureza do esquematismo, (…) acaba por se revelar na ciência atual como o interesse da sociedade industrial. O ser é intuído sob o aspecto da manipulação e da administração. Tudo, inclusive o indivíduo humano, para não falar do animal, converte-se num processo reiterável e substituível, mero exemplo para os modelos conceituais do sistema.” (Adorno e Horkheimer - O que é esclarecimento?)

Se é assim. Continuem a se conformarem “seres mim” sem um eu.