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JORNAL HOJE EM ADAMANTINA, 05 de outubro de 2011
OPINIÃO





Liberdade à senhora Marijuana



“É proibido fumar diz o aviso que eu li, é proibido fumar, pois o fogo pode pegar. Mas nem adianta o aviso olhar, pois a brasa que eu vou mandar nem bombeiro pode apagar”

Houve um tempo, nem tão distante assim, que a cannabis sativa era só mais uma erva usada de formas diversas por quem bem entendesse, mas ai, um bando de branquelo metido a besta decidiram que a planta era coisa de “preto” e nóia e em 1932 através do decreto 20.930 de 11 de janeiro, a cannabis entrou para o rol das substancias proibidas em terras tupiniquins.

Vamos aos fatos: o álcool e o tabaco são muito mais prejudiciais a saúde do que a maconha, mas são vendidos em bares, mercearias, supermercados, boates etc. Cachaça mata, maconha não, então porque raio de motivo ela é ilegal e o porte pode até dar cadeia?

Já está mais do que provado que a proibição, a queimada de plantios, apreensões, não impedem a venda e o uso da maconha.  Não seria uma solução inteligente a liberação da cannabis, a fim de gerar uma comercialização legal com direito a impostos e todo resto? A legalização geraria empregos, criaria uma nova opção de plantio para os agricultores, nasceriam cooperativas, microempresários, movimentaria a economia nacional.

A violência e o trafico não morreriam, mas perderiam força, já que a maconha é o carro chefe de vendas dos traficantes. O trafico só da lucro, porque é proibido.

A politica de repressão as drogas é fracassada. A ideia vinda do modelo americano de que tirando o maior numero possível de drogas das ruas o valor da restante subiria e as vendas diminuiriam, não funciona. É preciso transformar repressão em educação, saúde e emprego. Conscientizar os brasileiros sobre os malefícios da maconha e então libera-la, muito se resolveria com essa simples mudança de pensamento.

Ainda vale ressaltar, que a maconha também tem seus prós, ela pode ser usada para o tratamento de glaucomas, para as náuseas das quimioterapias de câncer e até mesmo pra AIDS. É necessário desestigmatizar a cannabis e explorar todas as suas possiblidades terapêuticas.

Meu nome é Letícia, tenho 22 anos, sou publicitária, nunca usei maconha e sou completamente a favor desenvolvimento, sou a favor da legalização da marijuana.







JORNAL HOJE EM ADAMANTINA, 28 de setembro de 2011 OPINIÃO





Adamcity: o futuro é aqui





“Minha terra tem palmeiras, onde canta sabiá; as aves, que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá.”

Construções a cada esquina, finalmente a tão famigerada FATEC confirmada para a cidade, novos estabelecimentos comerciais, melhorias no trânsito, projetos culturais e sociais, inclusão no circuito de eventos do Estado com a Expo Verde, a volta ao circuito nacional de rodeio com o AIR, um ótimo argumento, ou melhor, um verdadeiro argumento sobre a Cidade Joia, Adamantina está no meio, no centro da região e sim, o futuro da região está aqui.

Adamantina já foi terra do café, agora é terra da cultura, da educação. Tem por força motriz a FAI com os forasteiros que se instalam na cidade e impulsionam o comercio local. Não posso me esquecer das ETECs, do fluxo de estudantes e também docentes que de uma forma ou de outra abastecem os hotéis, lanchonetes e restaurantes da cidade joia.

Sim meu caros, preparem-se, o futuro já começou. Adamantina está no olho do furacão e ainda há muito por vir, aguardem.





JORNAL HOJE EM ADAMANTINA, 21 de setembro de 2011OPINIÃO




Estado laico?
(na integra)





“...Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do céu, num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu...”

Uma gaivota sem cor, outra multicor e assim por diante, aves que vivem suas vidas tranquilamente, despretensiosas, respondendo apenas a lei das penas. Quando transam usam camisinha, se esquecem, tomam pílula do dia seguinte, se tudo isso não funciona, abortam. São gaivotas felizes, preocupadas única e exclusivamente com suas próprias vidas, responsáveis por suas decisões. Frequentemente se correspondem com suas primas de outras dimensões, são a favor da utilização de células tronco para o avanço da medicina, não veem mal algum no casamento homossexual e por vezes dão um olá pra senhora Marijuana.

Maluquice? Não. Apenas uma visão do caleidoscópio ultrassônico de um futuro que poderia ser presente, se as criaturas permitissem que o criador fizesse seu trabalho (de julgar), e seus incríveis seres simplesmente se amassem, como foi pedido.

Universitários do país inteiro têm saído as ruas com rostos pintados, gritando frases de efeito, levantando cartazes e bandeiras em busca de um estado laico (obvio, que não os universitários adamantinenses, afinal ‘conformar-se’ é palavra de ordem), mas de que isso vale, se no preambulo da própria constituição brasileira de 88 diz-se:   "Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL."

Pois é meus caros, até o soberano é metido nos “rolos” brasileiros. Mas há uma explicação. De acordo com a linha de pensamento freudiano, a religião nada mais é que um cabresto para os homens, pois assim o lado animal do humano é contido e a ordem é estabelecida em nome de um supremo, mesmo que não seja visto, só é preciso que acreditem na sua existência. Sem a religião Sodoma e Gomorra seriam  próprio planeta terra, onde não existiria noção de certo e errado, o valido seria “faz o que tu queres, pois é tudo da lei”. Pense, quando criança, quem nunca ouviu: papai do seu não gosta, papai do céu castiga. É, até hoje você não puxa o rabo do gato porque o papai do céu não gosta ou castiga; isto existe dentro de você, está dentro da sua cabecinha. (Quem diz isso é Freud, mas claro com suas palavras rebuscadas e frescurentas. Leia “O Futuro de uma Ilusão de Freud” e entenda mais a fundo essa loucura).

Meus caros, esqueçam. Nunca teremos um estado laico. Observe, nas repartições publicas estão cheias de símbolos religiosos, na nota de R$50,00 está escrito “Deus seja louvado” (logo na nota de 50, Deus não é o cara da pobreza, castidade e obediência?), o aborto, embora seja caso de saúde publica (se existe o livre arbítrio, a mulher tem o direito de decidir se quer ou não largar mais uma criatura jogada por ai, no fim ela se acerta diretamente com o todo poderoso) não é legalizado; as pesquisas com células tronco, a salvação de muitos que com historia, em dezenas de países é proibida em defesa dos que nem existem ainda; ah, o mais engraçado, podemos olhar estrelas, mas pra certas divisões é errado procurar vida por lá, ah qual é?!, seria muito desperdício se em sete dias de criação o soberano tenha colocado vida apenas na terra.

Sim, meus irmão e minhas irmãs, vos que estais reunidos lendo esse bendito jornal, se esperam por igualdade, esqueçam. Religião não é constituição, mas enquanto valores religiosos estiverem sendo colocados a frente das decisões que dizem respeito bem comum, a igualdade e a liberdade, os homem estarão se travestindo de deuses e julgando o começo já pelo fim.








JORNAL HOJE EM ADAMANTINA, 14 de setembro de 2011
 OPINIÃO



Hipocrisia


Otá­rios de plantão marcam ponto na es­quina.
Di­nheiro no bolso, vela na mão, pra saldar o Cristo que é no­tícia.
O Se­nhor conduz as ove­lhas e o pastor má­gico sa­la­frário, ar­ranca mo­edas da sua orelha.
Jo­e­lhos no chão, vozes ao alto, tudo em sterio.
Ca­beça na mão, a oração, tudo é um mis­tério.
Cu­ran­deiros di­vinos do sonho ana­fi­lá­tico;
Juram po­breza, ino­cência e no­breza, mas tudo faz parte do plano tá­tico.
Deus está na pra­te­leira es­querda do lado da sar­dinha.
Você compra sal­vação, aluga ter­reno no céu,
Mas no fim de se­mana vai pra sauna com a vi­zinha.
Hi­po­crisia de­mente,
Os de­sejos se tornam só­lidos e você ainda mente.



JORNAL HOJE EM ADAMANTINA, 07 de setembro de 2011 OPINIÃO


Fênix


“... centelha divina renasceu das cinzas onde foi ruina, pássaro ferido, hoje é paraíso”.

E então começa o processo de ressurgimento de Adamantina...

Ela que por tempos e por muitos fora esquecida, inicia seu processo de renascimento, uma verdadeira fênix do interior paulista. Depois de um rodeio essencialmente “deferente”, a Cidade Jóia volta (ou começa?) a pensar grande. Com uma estrutura super  pensada, investimentos em shows para todos os públicos e a participação massiva de toda a região, a Expo Verde 2011, já no circuito de eventos do 
Estado, tem tudo para se tornar referencia, já que com certeza é sucesso garantido.

Sim meus caros, preparem-se, Adamantina esta ressurgindo. Claro que nas infinitas faces adamantinenses, ainda há muito a ser mudado e repensado, mas em termos de eventos, já estamos muito bem obrigado (rs). A comissão da Expo, os sinceros comprimentos desta marteana.



JORNAL HOJE EM ADAMANTINA, 31 de agosto de 2011
OPINIÃO


Em prol da bandeira do arco íris

“Abra sua mente, gay também é gente...”

Caminhando pelas vias do Facebook durante esse fim de semana, me deparei com uma discussão a respeito de um artigo opinativo sobre a homossexualidade publicado em um tradicional veiculo adamantinense. E então encontrei minha deixa para falar sobre...

A homossexualidade existe desde os primórdios no reino animal, acredite, os leões, sabe, o rei da selva? pois então, existem leões que apresentam comportamento bi e homossexuais. Sim, existem mamíferos, aves, insetos e até crustáceos que já foram identificados como, bom, como você costuma dizer? Viadinho? Bichinha? Ou simplesmente homossexual?

E não pense que os cientistas atuais estão malucos, pois até mesmo Aristóteles em seus registos faz menção a hienas lésbicas. Por tanto, se você achava que isso era contra a natureza, lamento informar, mas você esta completamente enganado.

Mas afinal de que importa? Homo, hetero, não é só mais uma característica, assim como a cor dos olhos, do cabelo ou o tamanho do nariz? Desde quando foi dado poder a todo e qualquer ser humano jugar o outro pelo seu gosto ou atitude que não afeta em nada o próximo? Existem deuses e juízes perambulando entre nós?

Desde quando ser homossexual invalida as inúmeras qualidades de um ser? Observe o mundo, e note que grande parte das musicas, roupas, filmes, livros, teatros, novelas, programas de tv, dentre outros produtos e serviços, são produzidos por “uhn, boialas”. Conhece algum homossexual? Então repare, em geral eles são super talentosos, até um dos melhores naquilo que fazem, talvez pelo fato de terem que se sobressair diante a característica de ser gay, enfim, pense bem, não são realmente bons no que fazem?

Então, por que raio de motivo, ainda existem “animais” que andam por ai agredindo seres homossexuais indefessos com lâmpadas fluorescentes (Av. Paulista – São Paulo), confundindo amigos ou pai e filho e descendo a pancada nos caras, os tachando, os condenando (Av. Augusta – São Paulo e EAPIC- São João da Boa Vista/SP) e ainda, alguns seres aparentemente neonazista ameaçando de morte os pobres “viados” (Parede do ATC – Adamantina/SP)?

Hoje, os homossexuais são nicho de mercado, referencia cultural, intelectual, empresarial. Um ser humano comum, tanto quanto qualquer heterossexual. Aos que são contrários ao fato (sim fato, porque ser homossexual não é uma escolha) devem sim expor suas opiniões, mas lembrem-se: o seu direito acaba quando o do outro começa. E respeito é completamente diferente de aliciamento para a causa.

Diga, alguém já apontou o dedo na sua cara lhe dizendo estar errado por simplesmente ser aquilo que se é? Já jogaram pedra em você e lhe chamaram de heterozinho? É preciso congregar, respeitar as diferenças. Diversidade é a uma palavra que nunca cai de moda, no entanto nunca é colocada em pratica.

“_Você aprendeu na escola sobre respeitar os índios?
_Sim!
_Virou índio?
_Não...
_Então por que diabos acha que ensinar seu filho a respeitar os homossexuais o fará se tornar um?”



JORNAL HOJE EM ADAMANTINA, 24 de agosto de 2011
OPINIÃO

Tempos Modernos?

“Eu vejo a vida melhor no futuro, eu vejo isso por cima de um muro de hipocrisia que insiste em nos rodear”.

Eu vejo cidades pequenas pacatas, sem demagogia e com pouca pirraça de determinados políticos que tentam ao poder chegar.

Eu vejo cidades pequenas seguras, com crianças brincando nas ruas e os administradores pararam de com a verba pública avacalhar.

Eu quero crer em Cidadantina, que não tem superpopulação, mas mesmo assim é exemplo pra toda região.

Eu vejo que o próximo ano é período eleitoral e isso já me faz passar mal, só de pensar nas promessas que não se cumprirão.

Hoje o tempo escoa, como areia na ampulheta; e isso me faz lembrar da grana pública numa cidade onde constroem e mandam destruir ruas, por confusão ou má gestão.

Tan tan, taran, tantan
Tan tan, taran, tan
Tan tan, taran, tantannnnn…

JORNAL HOJE EM ADAMANTINA, 17 de agosto de 2011
OPINIÃO

Sobre os pequeninos


“Saiba, todo mundo foi neném, Einstein, Freud e Platão também. Hitler, Bush e Saddam Hussein, quem tem grana e quem não tem...”.


Baton, salão de beleza, roupa cara, celular, computador e quem sabe um brinquedinho, mas o do momento. A cada dia que passa, as crianças mais se parecem com um protótipo de gente grande do que com uma criança em si.


A infância mudou de foco e finalidade, a brincadeira é pouca, o que conta para os pequeninos é a competição do ser e ter mais e melhor. Antes as meninas eram mães de suas bonecas, hoje a boneca é a projeção da garotinha. Antes os guris brincavam com carrinhos feitos de madeira, e o importante era a diversão, hoje compram miniaturas de carros importados e deixam estacionados em prateleiras, enquanto passam o dia sentados na frente da TV.


A mídia bombardeia a cabeça das crianças, instigam, provocam desejo por coisas desnecessárias e que não agregam valor a personalidade do pequenino, mas o grande culpado é a TV ou a falta de limite e do NÃO que foi esquecido pelos pais?


Senhoras e senhores atentem-se, seu filho é só mais um consumidor em potencial, uma pecinha a ser manipulada em um nicho de mercado. Criança não precisa de roupa da Xuxa, setenta e sete mil bonecas Barbie, noventa e oito milhões de carrinhos da Hot Wheels, criança precisa pular, correr, cair, brincar. Criança precisa de imaginação.


Parem. Por favor, parem de desumanizar as crianças exigindo perfeição, permitindo que sejam mais um produto, mais uma vitória do mercado. Não é com carros, nem casas, nem jet skis que as crianças precisam sonhar. Lembrem-se do Pequeno Príncipe, permitam que os pequenos enxerquem um elefante dentro de uma jiboia ao invés de um chapéu. Ensinem aos seus filhos que “o essencial é invisível aos olhos” e que “só vê bem quem vê com o coração”, não permitam que inocência se perca.


Seu filho é uma criança, não um protótipo de você.




JORNAL HOJE EM ADAMANTINA, 10 de agosto de 2011
OPINIÃO  

MASSA...

“É que a televisão me deixou burro, muito burro demais e agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais...”

E então as criaturas acostumaram-se com seus enlatados, estão mortificadas mentalmente pela indústria cultura. Mais um da massa, mais um grão do bolo, mais um nada.

O conformismo e “arte do sim senhor” está cada dia mais presente na vida dos pequenos terráqueos, acostumados a engolir o que lhes é sugerido e a fechar os olhos para o que acontece debaixo de seus narizes.

As cabeças não pensão mais por si só, mas sim por influencia de terceiros, ou melhor, grande terceiro. É como se os cérebros fossem apenas mais uma ferramenta nas mãos de um pequeno grupo de vilões, que transformaram o ser pensante em mais um zumbi que consome aquilo que lhe é mostrado e influenciado a comprar.

A arte (se é que se pode chamar de arte) hoje é vendida em prateleiras e não passa de mais uma ferramenta de manipulação, uma brincadeira de seu mestre mandou, onde um manda e todos obedecem. Vamos juntos: “você, você, você, você, você, você, você quer?” E ai, foi até o chão? Se preferir temos outras cantigas que até mudam de velocidade, está interessado?

Curiosamente, a verdadeira arte dos tempos modernos, não passa de uma traquinice. A ideia é quebrar os moldes impostos pela mídia e simplesmente tornar-se um ser travesso. Esse fim de semana tive a oportunidade de ver e ouvir musicistas se divertindo. O som não era necessariamente feito pro público, mas pra alma, pro amago e próprio ego.  O tipo de arte que encanta, que impulsiona, que dá vida a compositores mortos e inspira os que há de vir.

Adamantina, vem na contramão dos moldes, e devo destacar que acho memorável e digno de admiração o trabalho feito pela atual Secretaria de Cultura do município que tem proporcionado espetáculos de artistas travessos, que sobem no palco e simplesmente se divertem.

Infelizmente, os eventos oferecidos pela referida Secretaria não são prestigiados pelo grande público. Mas pra que, se podem ficar em suas confortáveis casinhas de vidro observando a vida passar dentro daquela caixa preta cheia de imagens? Isso porque há muitos adamantinenses de esquinas e portões reclamando da falta de entretenimento na cidade, mas que tipo de atividade esperam se que são oferecidas são ignoradas?!

“A verdadeira natureza do esquematismo, (…) acaba por se revelar na ciência atual como o interesse da sociedade industrial. O ser é intuído sob o aspecto da manipulação e da administração. Tudo, inclusive o indivíduo humano, para não falar do animal, converte-se num processo reiterável e substituível, mero exemplo para os modelos conceituais do sistema.” (Adorno e Horkheimer - O que é esclarecimento?)

Se é assim. Continuem a se conformarem “seres mim” sem um eu.



JORNAL HOJE EM ADAMANTINA, 27 de julho de 2011
OPINIÃO
De geração em geração...

“Somos filhos da revolução. Somos burgueses sem religião. Somos o futuro da nação. Geração Coca-Cola”.

Geração Baby Boomers, Geração X, Geração Z, Geração Alfa e a geração do momento: Geração Y. Os baby Bommers foram pra lua, mas hoje, a galera Y viaja sem sair da frente de seus PCs. Seres multitarefas, não são mais personagens de filmes de ficção cientifica; novas tecnologias, redes de relacionamento, difusão de qualquer tipo de informação, teclas a canetas, telas a páginas, horas a fio de conexão, rapidez. As gerações mudam de nome, de roupa, de cultura, mas ainda se repetem.

A TV mostra mais um fato que se reproduz, mais uma morte aos 27, pelas mesmas causas antigas. As pichações nas paredes locais revelam um ideal longínquo do “correto” que promete soberania, mas causa destruição.

As drogas consumiram o talento de Amy Winehouse, que não mais cantava e sim balbuciava suas canções e se portava feito criança no palco. A grandiosidade de um talento negro em uma branca virou cinzas, só restam canções geniais e a sombra de uma estrela.

Os erros do passado não serviram de alerta para novas gerações. E a desconjurada suástica é pintada em paredes e muros adamantinenses. (Curiosamente ou ignorantemente desenhada errada, afinal ela deve lembrar um losango e não quadrado.) Obra de fanfarrões ou aviso de neonazistas interioranos, desejando abrir a temporada de caça às bruxas ou seria veados?

O presente futuro repete o passado, porque os senhores da justiça (ou seria a liga extraordinária?) permanecem inertes aos acontecimentos.

“Oh, e agora, quem poderá nos defender?”

JORNAL HOJE EM ADAMANTINA, 20 de julho de 2011
CRÔNICA
Mais um episódio de “Mundo da Lua”

“Alô, alô. Planeta terra chamando. Planeta terra chamando. Essa é mais uma edição do diário de bordo de Lucas Silva e Silva, falando diretamente do mundo da lua, onde tudo pode acontecer...”

Em uma galáxia muito, muito distante, existia um planeta habitado por espécimes no mínimo curiosas. Eram seres de cabelo engraçado, sapatos longos e nariz avermelhado que viviam cantarolando e comemorando sua humilde pequenez.

Aos sábados se divertiam, se embebedavam, dançavam, flertavam e acasalavam. Aos domingos iam a seus templos cultuar seu deus de brinquedo, almoçavam com a família e passavam o resto do dia em frente a TV. Em seus dias uteis, alguns trabalhavam com lentidão, outros sem muita vontade, uma minoria sorria ao dizer “pois não?” e outra parcela aglomerava-se em esquinas para falar da vida alheia, fazer negociatas e dividir segredos; ao fim do expediente iam pra casa, assistiam histórias de mentira e dormiam. Por fim, o ciclo recomeçava.

Todos seguiam o padrão. Nas manhãs, após escovar os destes, as famílias se reunião em frente suas casas, colocavam a mão peito e cantavam orgulhosos: “Cidadantina, sumiu com a bandeira e nem lembra o que é nação. Tem fama de fazer besteira, por isso perde tudo pra região. Seus projetos mal saem do esboço, embora façam tantas promessas no período eleitora. Cidadantina adora roer osso, o que faz do cidadantinense um animal. Soe o sino caro da igreja, que o padre comprou pros filhos seus. Salve o João, o Tonho e o indigente, que teoricamente são todos plebeus. A ignorância ainda é imensa e o povo em sua maioria egoísta. Cidantina, oh pequenez intensa, é desprezada por todo ser pluralista”. Cantarolavam duas vezes seguidas, todos de sorriso no rosto e postura demonstrando respeito e admiração por seu famigerado hino. Ah!... E os que eram contra ou simplesmente não seguiam o modelo, recebiam moção de repúdio e nos casos mais extremos eram lixados em praça pública.

Sim, sim Cidadantina era o nome do planeta onde os seres de cabelo engraçado, sapatos longos e nariz avermelhado viviam. Era um planeta bacana, todos eram conformados e acomodados; para aqueles seres parecia ser o bastante.

OBS.: Toda e qualquer semelhança não passa de mera coincidência.


JORNAL HOJE EM ADAMANTINA, 13 de julho de 2011
OPINIÃO
Enquanto as aeronaves não vem...

Observem o vai e vem de vossa cidade. Olhe como as pessoas interpretam perfeitamente bem, a tranquilidade interiorana enquanto atravessam a rua na esquina, pois ainda não se acostumaram a tão solicitada mudança do transito local e ignoram com maestria a faixa de pedestres afastada alguns metros do seu habitual.

Analisem as faixas amarelas brilhantemente pinceladas no meio fio e cinicamente ignoradas por humildes motoristas, assim como, a demarcação de locais para estacionar e os rebaixamentos de acesso para cadeirantes. Note o desespero dos motoristas nos modernos sinaleiros que os fazem perder 1 minuto de suas preciosas vidas aguardando os segundos se esvaírem, fazendo-os ultrapassar os cruzamentos com a pressa de uma ambulância que corre para salvar uma vida, quando não, se fazem de daltônicos e cruzam a rua com o sinal indicando cores nem um pouco similares ao verde.

Em seu conjunto, o numero de placas sinalizando o dever e poder aumentaram, entretanto, também confundiram. O tempo passou e o adesivo de impedimento dá tão conhecida placa “proibido estacionar” esta ressecando, apagando e logo não mais existirá. Atentem-se.

O progresso já se faz presente na cidade joia, mas algumas mudanças ainda precisam ser implantadas na mentalidade de ultrapassados condutores apressadinhos. Acreditem: mudar e experimentar faz parte da evolução. No futuro, aeronaves trafegaram nos céus adamantinenses e bagunça será outra.