quarta-feira, 27 de julho de 2011

De geração em geração...


“Somos filhos da revolução. Somos burgueses sem religião. Somos o futuro da nação. Geração Coca-Cola”.

Geração Baby Boomers, Geração X, Geração Z, Geração Alfa e a geração do momento: Geração Y. Os baby Bommers foram pra lua, mas hoje, a galera Y viaja sem sair da frente de seus PCs. Seres multitarefas, não são mais personagens de filmes de ficção cientifica; novas tecnologias, redes de relacionamento, difusão de qualquer tipo de informação, teclas a canetas, telas a páginas, horas a fio de conexão, rapidez. As gerações mudam de nome, de roupa, de cultura, mas ainda se repetem. 

A TV mostra mais um fato que se reproduz, mais uma morte aos 27, pelas mesmas causas antigas. As pichações nas paredes locais revelam um ideal longínquo do “correto” que promete soberania, mas causa destruição.

As drogas consumiram o talento de Amy Winehouse, que não mais cantava e sim balbuciava suas canções e se portava feito criança no palco. A grandiosidade de um talento negro em uma branca virou cinzas, só restam canções geniais e a sombra de uma estrela.

Os erros do passado não serviram de alerta para novas gerações. E a desconjurada suástica é pintada em paredes e muros adamantinenses. (Curiosamente ou ignorantemente desenhada errada, afinal ela deve lembrar um losango e não quadrado.) Obra de fanfarrões ou aviso de neonazistas interioranos, desejando abrir a temporada de caça às bruxas ou seria veados? 

O presente futuro repete o passado, porque os senhores da justiça (ou seria a liga extraordinária?) permanecem inertes aos acontecimentos.

“Oh, e agora, quem poderá nos defender?”

Mais um episódio de “Mundo da Lua”


“Alô, alô. Planeta terra chamando. Planeta terra chamando. Essa é mais uma edição do diário de bordo de Lucas Silva e Silva, falando diretamente do mundo da lua, onde tudo pode acontecer...”

Em uma galáxia muito, muito distante, existia um planeta habitado por espécimes no mínimo curiosas. Eram seres de cabelo engraçado, sapatos longos e nariz avermelhado que viviam cantarolando e comemorando sua humilde pequenez. 

Aos sábados se divertiam, se embebedavam, dançavam, flertavam e acasalavam. Aos domingos iam a seus templos cultuar seu deus de brinquedo, almoçavam com a família e passavam o resto do dia em frente a TV. Em seus dias úteis, alguns trabalhavam com lentidão, outros sem muita vontade, uma minoria sorria ao dizer “pois não?” e outra parcela aglomerava-se em esquinas para falar da vida alheia, fazer negociatas e dividir segredos; ao fim do expediente iam pra casa, assistiam histórias de mentira e dormiam. Por fim, o ciclo recomeçava.

Todos seguiam o padrão. Nas manhãs, após escovar os destes, as famílias se reunião em frente suas casas, colocavam a mão peito e cantavam orgulhosos: “Cidadantina, sumiu com a bandeira e nem lembra o que é nação. Tem fama de fazer besteira, por isso perde tudo pra região. Seus projetos mal saem do esboço, embora façam tantas promessas no período eleitoral. Cidadantina adora roer osso, o que faz do cidadantinense um animal. Soe o sino caro da igreja, que o padre comprou pros filhos seus. Salve o João, o Tonho e o indigente, que teoricamente são todos plebeus. A ignorância ainda é imensa e o povo em sua maioria egoísta. Cidantina, oh pequenez intensa, é desprezada por todo ser pluralista”. Cantarolavam duas vezes seguidas, todos de sorriso no rosto e postura demonstrando respeito e admiração por seu famigerado hino. Ah!... E os que eram contra ou simplesmente não seguiam o modelo, recebiam moção de repúdio e nos casos mais extremos eram lixados em praça pública.

Sim, sim Cidadantina era o nome do planeta onde os seres de cabelo engraçado, sapatos longos e nariz avermelhado viviam. Era um planeta bacana, todos eram conformados e acomodados; para aqueles seres parecia ser o bastante.

OBS.: Toda e qualquer semelhança não passa de mera coincidência.

Enquanto as aeronaves não vem...

Observem o vai e vem de vossa cidade. Olhe como as pessoas interpretam perfeitamente bem, a tranquilidade interiorana enquanto atravessam a rua na esquina, pois ainda não se acostumaram a tão solicitada mudança do trânsito local e ignoram com maestria a faixa de pedestres afastada alguns metros do seu habitual.

Analisem as faixas amarelas brilhantemente pinceladas no meio fio e cinicamente ignoradas por humildes motoristas, assim como, a demarcação de locais para estacionar e os rebaixamentos de acesso para cadeirantes. Note o desespero dos motoristas nos modernos sinaleiros que os fazem perder um minuto de suas preciosas vidas aguardando os segundos se esvaírem, fazendo-os ultrapassar os cruzamentos com a pressa de uma ambulância que corre para salvar uma vida, quando não, se fazem de daltônicos e cruzam a rua com o sinal indicando cores nem um pouco similares ao verde.

Em seu conjunto, o número de placas sinalizando o dever e poder aumentaram, entretanto, também confundiram. O tempo passou e o adesivo de impedimento dá tão conhecida placa “proibido estacionar” esta ressecando, apagando e logo não mais existirá. Atentem-se.

O progresso já se faz presente na Cidade Joia, mas algumas mudanças ainda precisam serem implantadas na mentalidade de ultrapassados condutores apressadinhos. Acreditem: mudar e experimentar faz parte da evolução. No futuro, aeronaves trafegaram nos céus adamantinenses e bagunça será outra.