quarta-feira, 27 de julho de 2011

Mais um episódio de “Mundo da Lua”


“Alô, alô. Planeta terra chamando. Planeta terra chamando. Essa é mais uma edição do diário de bordo de Lucas Silva e Silva, falando diretamente do mundo da lua, onde tudo pode acontecer...”

Em uma galáxia muito, muito distante, existia um planeta habitado por espécimes no mínimo curiosas. Eram seres de cabelo engraçado, sapatos longos e nariz avermelhado que viviam cantarolando e comemorando sua humilde pequenez. 

Aos sábados se divertiam, se embebedavam, dançavam, flertavam e acasalavam. Aos domingos iam a seus templos cultuar seu deus de brinquedo, almoçavam com a família e passavam o resto do dia em frente a TV. Em seus dias úteis, alguns trabalhavam com lentidão, outros sem muita vontade, uma minoria sorria ao dizer “pois não?” e outra parcela aglomerava-se em esquinas para falar da vida alheia, fazer negociatas e dividir segredos; ao fim do expediente iam pra casa, assistiam histórias de mentira e dormiam. Por fim, o ciclo recomeçava.

Todos seguiam o padrão. Nas manhãs, após escovar os destes, as famílias se reunião em frente suas casas, colocavam a mão peito e cantavam orgulhosos: “Cidadantina, sumiu com a bandeira e nem lembra o que é nação. Tem fama de fazer besteira, por isso perde tudo pra região. Seus projetos mal saem do esboço, embora façam tantas promessas no período eleitoral. Cidadantina adora roer osso, o que faz do cidadantinense um animal. Soe o sino caro da igreja, que o padre comprou pros filhos seus. Salve o João, o Tonho e o indigente, que teoricamente são todos plebeus. A ignorância ainda é imensa e o povo em sua maioria egoísta. Cidantina, oh pequenez intensa, é desprezada por todo ser pluralista”. Cantarolavam duas vezes seguidas, todos de sorriso no rosto e postura demonstrando respeito e admiração por seu famigerado hino. Ah!... E os que eram contra ou simplesmente não seguiam o modelo, recebiam moção de repúdio e nos casos mais extremos eram lixados em praça pública.

Sim, sim Cidadantina era o nome do planeta onde os seres de cabelo engraçado, sapatos longos e nariz avermelhado viviam. Era um planeta bacana, todos eram conformados e acomodados; para aqueles seres parecia ser o bastante.

OBS.: Toda e qualquer semelhança não passa de mera coincidência.

Um comentário:

Naay disse...

acho q tem gente q te odeia . gente tonta