segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Ritual

Observo as pessoas meio ao som, as luzes. Os corpos se movimentam sensualmente, a pele soa, as conversas são gritadas, por vezes não entendidas.

Copo de álcool na mão, cigarro entre os dedos, a fumaça e o cheiro andam no vento das paredes sem teto. Onde há teto as pessoas não fumam, mas a fumaça de gelo seco preenche espaços e se mistura aos pontos de luz que cortam o salão e iluminam os seres.

Os saltos são altos, os cabelos compridos, shorts e mangas curtas, o calor e a moda se fundem. O tênis, a calça e o boné são de marcas caras, tatuagem por modismo, músculos definidos e amostra, jovens cada vez mais ‘Globais’.

Indivíduos se engalfinham um nos outros cheios vontade e nenhum conhecimento reciproco, as batidas graves do som indicam o ritmo, enquanto o que importa realmente é a pegação. Quem não tem par move-se com o copo na mão, como se o álcool o tornasse melhor.

Mania curiosa essa dos humanos, que se afirmam tão superiores, mas se portam como animais nesse ritual da juventude, que por fim chamam de balada, diversão.

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